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domingo, 19 de dezembro de 2010

Entrevista com Psicóloga

Psicóloga – Irei contar um pouco de minha tragetória. Eu me formei na UNISINOS em 1999, fiz um ano aqui na UNIVALI, mas depois transferi pra UNISINOS pela congregação e também porque a UNISINOS tinha um nome muito forte no curso de psicologia, e de lá pra cá eu já atuei em diversas áreas. A primeira coisa que eu fiz depois de formada, não sei como funciona na UNIVALI, mas na UNISINOS a gente tem 3 tipos de estágios, o escolar, o empresarial e o clínico. E eu fiz 1 ano e meio de cada estágio, sem contar na psicopatologia que a gente faz 6 meses também, no hospital psiquiátrico. Então nesse umano e meio de cada estágio eu fui me definindo em que área que eu me dava melhor.O que era mais do meu perfil, e eu optei pela clínica. Então terminando a faculdade eu ainda tive que fazer especialização. Então eu fui fazer especialização em clínica e fui através da psicoterapia, da psicanálise, que eu fiz 7 anos de psicologia analítica na POA, depois fiz dinâmica de grupo pra trabalhar com isso, num instituto também em Porto Alegre, e dai eu comecei a trabalhar com consultório, atendendo uma hora por sessão com o referencial psicanalítico. Foco mais adulto e adolescente, não trabalho com criança, não tenho formação pra trabalhar com criança.

Além do trabalho de consultório, como psicóloga clínica, eu também faço psicodiagnóstico, e trabalho com recrutamento e seleção na área de Recursos Humanos, tanto na instituição que eu trabalho, aqui no lar Padre Jacó, como na rede Salesiana nos três Estados do sul do Brasil.

Acadêmicos - E como funciona depois da sessão? Você anota? Tem um registro? Como é feito depois que o paciente fala?

Psicóloga - No início, como eu falei pra vocês me formei em 99, não tinha prática com consultório, então muita coisa fazia mais com anotações, a cada paciente um intervalo, fazia algumas anotações. Hoje já com o desempenho que a gente tem, eu tenho uma ficha de cada paciente, que é obrigatório, também não vai saber tudo de cabeça, onde a gente tem alguns dados principais, e vou anotando nele as situações, o desenvolvimento, os testes que foram aplicados, os resultados de cada um, como se fosse um prontuário médico.

Acadêmicos - E é o suficiente pra te dar respaldo legal?

Psicóloga - É suficiente pra dar respaldo legal. Porque eu também trabalho com psicodiagnóstico, então a gente já sabe que tem que estar fazendo isso, quer dizer, eu faço um teste, eu tenho que dizer qual foi o teste que eu usei, que tipo de correção a gente fez e depois, pra poder dar um laudo né?

Acadêmicos - E como foi essa escolha pela psicologia clínica?

Psicóloga - É o que eu disse, como eu fiz os 3 estágios, dai a gente vai meio que percebendo, onde a gente gosta de atuar. E essa coisa do consultório, eu acho que é um vislumbre, de todos nós que entramos na área da psicologia, a gente sonha em ter o consultório, aquela coisa de estar atendendo individualmente cada pessoa. E o outro lado pra mim que foi a opção, é a própria formação que eu tenho como irmã salesiana, a congregação me disse: Olha a gente gostaria que você pegasse nessa linha, até pra poder “ta” acompanhando algumas situações de atendimento, uma formação, como algumas casas religiosas pedem pra gente fazer, então por isso eu optei pela clínica. Além do gosto de estar também no viés da necessidade.

Acadêmicos - O que fez você se identificar mais com a psicanálise do que com outras abordagens?

Psicóloga - Eu acredito que o próprio referencial da faculdade, eu não sei qual o foco da UNIVALI, mas dentro da UNISINOS a psicanálise é muito forte, e dentro da região que a gente morava ali, Porto Alegre também é bastante forte a psicanálise e a outra coisa é que eu me identifiquei muito com o método mesmo, não uso divã, não é ortodoxo, mais a gente trabalha muito com o potencial da fala, interpretação do sonho, abordagem do inconsciente. Trabalhamos com essas coisas, e o que me chamou atenção eu acho que foi bem esse meio acadêmico, quando a gente começa a mergulhar nas obras do Freud, entender um pouquinho do que é a metapsicologia, o que é o inconsciente.Na minha concepção, é uma linha que me responde mais.

Conheço outras, estudei outras, fiz algumas formações também, seminários, cursos, mas optei por psicanálise.

Acadêmicos - E se você fosse dizer as maiores dificuldades e os maiores benefícios vindos da parte clínica, quais seriam?

Psicóloga - A questão da dificuldade do clínico é porque passa uma situação meio solitária é você e o paciente, então eu diria assim, se pra mim fosse um grande problema, a dificuldade maior do consultório clínico é justamente manter uma demanda, porque não é uma coisa barata, você vai ter que ter sempre um fluxo de pacientes pra poder se manter.

Como eu não sobrevivo só disso né, como eu disse, eu já tenho outras áreas que eu trabalho, com RH, seleção, diagnóstico então já abri um leque de trabalho que fica mais fácil a questão econômica também e por outro lado a minha opção de vida também não é de sustentabilidade, então não sobrevivo da psicologia, então eu acho que a maior dificuldade do psicólogo clínico hoje é ser reconhecido, em algumas situações como até a demanda, necessidade, tem gente que acha que psicólogo é coisa pra louco, então não vai, “ah, eu não preciso disso”, vai lá na vizinha e conversa, vai no amigo e conta os problemase recebe conselho, então uma das dificuldades que eu vejo é isso.

Na parte que eu vejo como vantagens é a possibilidade de ver a melhora das pessoas, o crescimento pessoal, uma pessoa que “ta” com uma dificuldade de se relacionar com o meio em que convive, ta com síndrome de pânico, com problema de depressão, e ao longo desse trabalho que vai sendo realizado consegue esse retorno, de uma convivência saudável, isso é muito bom.

Acadêmicos - Você já se deparou com alguma situação que o paciente te apresentou um diagnóstico e você achou que não teria condições de sozinha ajudá-lo?

Psicóloga - Sim, com certeza, isso é muito tranquilo, muito comum, já vou dizendo pra vocês, que não vão ser super-mulheres nem super-homens porque a gente não consegue fazer isso.Eu não trabalho até hoje sem supervisão, até porque a própria linha da psicanálise pede pra gente. Por mais que a gente tenha conhecimento, por mais que a gente tenha experiência, a gente pode errar no caminho, e quem tá na nossa frente é um ser humano, ele não pode ser cobaia, a gente tem que acertar.

Acadêmicos - E eles procuram, como que as pessoas chegam até o consultório?

Psicóloga - O cartão de visita do psicólogo é o boca a boca, um paciente que passou por você, assim como você vai marcar um dentista, um médico a vizinha diz ah eu conheço um bom, e vai. A maioria das vezes acontece assim, são pessoas que indicam, dão o telefone, fazem contato com a gente, a gente agenda uma primeira consulta e dai segue tranquilo o fluxo.


Acadêmicos: Ana Luiza de Souza, DAIANA CRISTINA RAUBER, DAIANE ORTIZ, gabriela Rodrigues Inthurn, VICTOR MOREIRA DE MORAES LOPES.

Ambientação Profissional - ii Período de psicologia.

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